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A relação entre o uso excessivo do álcool e a saúde mental

Saúde Mental e Bem-Estar, Por Andréa Ladislau, Psicanalista

Em 19/04/2023 às 17:26:06

Estatísticas recentes mostram que o número de pessoas, principalmente jovens, que desenvolvem o vício em álcool, cresce assustadoramente a cada ano. Uma luta que pode levar, tanto o alcoólatra quando seus familiares, do céu ao inferno em questão de minutos.

Uma constatação triste, visto que o abuso do álcool ou de qualquer outra substância química viciante, é uma tentativa, inconsciente, de fazer a realidade se tornar mais suave, como se o álcool, neste caso, fosse capaz de lavar o que está confuso ou insuportável.

A dependência é condicionada a dois fatores: a busca do prazer ou fuga da dor. O vício do álcool, obedece a esses dois mecanismos. Por trazer sensações que de alguma forma o agradam, a pessoa acaba por ingerir cada vez mais. Ao mesmo tempo, quando o indivíduo vive um momento de frustração ou dor, acaba por buscar um refúgio por acreditar que estará livre deste mal.

Entra-se então num ciclo vicioso em que se necessita consumir ainda mais álcool, para obter o mesmo prazer. Por outro lado, ficar sem ele, gera a abstinência, que lhe é desagradável, por isso o retorno e continuação do vício.

Uma doença da nossa era, associada às compulsões que não param de crescer em nossa sociedade, camuflando a sensibilidade do indivíduo que não consegue, por si só, gerenciar suas emoções. No alcoolismo pode ser observada a dependência, o abuso, a abstinência e a embriaguez.

Tendo como consequências, perdas pontuais de memória, alucinações, alteração de humor, agressividade; distúrbios do sono ou sexuais e ansiedade; além de um estado de delírio, que pode ser fatal. Ou seja, a interferência psicológica e comportamental que o alcoolismo causa é assustadora, pois o álcool é uma substância que funciona como depressor do sistema nervoso central, agindo diretamente sobre diversos órgãos do organismo humano, como o coração, o fígado, os vasos arteriais e o estômago.

Quando consumido em pequenas quantidades, o álcool cria desinibição, mas, com o aumento da concentração do nível alcoólico no organismo, o indivíduo começa a apresentar redução da resposta aos estímulos externos, com sinais claros de sua influência, como fala pastosa, dificuldades de locomoção, pensamento lento, etc. Em concentrações acima de 0,35 gramas por 100 mililitros de álcool, o dependente químico pode até mesmo entrar em estado de coma ou morrer.

É um problema também social pois, o viciado, no auge do vício, quando já não existe mais qualquer controle da situação, começa a ser excluído por familiares e amigos, das reuniões em grupo que possam conter a oferta de bebida alcoólica. Gera, portanto, o desajuste das relações, até porque as pessoas mais próximas começam a se preocupar com a presença de quem sofre com o álcool, em seus encontros sociais de confraternização. Com isso, o isolamento evidente também induz o indivíduo a buscar ainda mais a companhia ilusória da bebida.

Enfim, a dependência química pode afetar qualquer pessoa. É preciso entender a natureza do vício para modificar o padrão e reduzir a probabilidade de se tornar um alcoólatra. Já que, muitos dependentes perdem a condição até mesmo de tomar atitudes próprias, agindo de forma negativa, necessitando de apoio e compreensão para sua reabilitação.

O vício em álcool pode surgir de forma inesperada na vida de uma pessoa, porém é totalmente possível vencer a dependência. O primeiro passo é ter a consciência de que se está doente, querer e buscar ajuda terapêutica para desenvolver proteções psíquicas, fortalecer a autoestima, o foco e a determinação, além de obter acolhimento de uma rede de apoio.


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